

Fórmula 1 sem Mônaco?
por Rafael Lopes categoria Fórmula 1, Temporada 2010
Rapaz, é impressionante como o Bernie Ecclestone consegue surpreender a cada declaração. Esta de acabar com o GP de Mônaco é impressionante. Mas tudo isso é ocasionado pela sanha de dinheiro impressionante do chefão comercial da categoria. Segundo ele, os organizadores da corrida no Principado não pagam tanto quanto as provas da expansão oriental da categoria, realizadas em locais sem tradição como Cingapura, China e Malásia, em circuitos sem alma – e sem pontos de ultrapassagem – projetados pelo alemão Hermann Tilke. Em termos esportivos e econômicos, esta mudança seria um tiro no pé para a categoria.
A análise de Bernie é surpreendente e até simplória para um homem de negócios com tamanha visão comercial. Se Mônaco não paga o suficiente, vamos acabar com a corrida e colocar uma que pague mais. Só que Monte Carlo é, disparada, a cidade que mais rende retorno comercial aos patrocinadores das equipes e da Fórmula 1. Se você fosse uma empresa com negócios na categoria, para onde você levaria um investidor? Kuala Lumpur, Xangai ou Monte Carlo? A resposta é óbvia. Todo o glamour do Principado aproxima as equipes e a F-1 do romantismo deixado no passado e isto rende grandes dividendos a todos os envolvidos no negócio.
Esportivamente, o circuito de Mônaco já não rende mais boas corridas, a não ser quando chove ou após entradas do safety car. Só que Monte Carlo é um “mal” necessário à categoria, que precisa deste glamour da corrida. Só que, apesar da ameaça, tudo isto parece ser mais uma tentativa de intimidação de Ecclestone. Como as equipes já disseram que não vão aceitar um calendário com mais de 20 corridas, total que deverá ser atingido em 2012 com a entrada da Índia e dos Estados Unidos, o dirigente precisa de espaço para colocar a Rússia e outros interessados. Só que a F-1 não precisa de mais monótonos “Tilkódromos” no calendário.
A expansão comercial da Fórmula 1 está criando problemas para a categoria. Vários locais tradicionais, como a França, e autódromos clássicos, como Imola, estão fora do calendário. Isto tudo causa o afastamento do principal público alvo do automobilismo: o cidadão europeu. A maior parte da receita gerada por produtos de merchandising das equipes vêm do velho continente. As altas quantias cobradas por Ecclestone afastam sedes antigas e causam ojeriza nos fãs. O pior é que ninguém parece enxergar isso na F-1. A sanha financeira do dirigente inglês continua a ser satisfeita, mas o abalo no público precisa ser revertido urgentemente.
E como se não bastassem estes problemas, Ecclestone ainda está em rota de colisão com as equipes. Ele quer proibir que os times exibam as marcas de seus patrocinadores nos boxes, para privilegiar os que sua empresa arruma para as corridas. Isto talvez seja o maior erro do dirigente desde sua chegada à Fórmula 1. Impedir que os times exibam as logomarcas de seus parceiros os asfixiará financeiramente e poderá provocar uma debandada da categoria. Para que anunciar sem mostrar a marca?
Os caprichos de Ecclestone parecem, pela primeira vez, terem chegado a um nível exagerado. A saída de Mônaco e esta absurda proibição das equipes exibirem as marcas de seus patrocinadores nos boxes são os maiores erros de sua gestão comercial na categoria. O dirigente teve o mérito de tornar a Fórmula 1 o que ela é hoje em termos de importância no esporte e de crescimento econômico. Mas ele não pode jogar tudo isso fora em decisões completamente equivocadas. A F-1 não pode mais errar.
Fonte: http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/2010/07/20/formula-1-sem-monaco/
por Rafael Lopes categoria Fórmula 1, Temporada 2010
Rapaz, é impressionante como o Bernie Ecclestone consegue surpreender a cada declaração. Esta de acabar com o GP de Mônaco é impressionante. Mas tudo isso é ocasionado pela sanha de dinheiro impressionante do chefão comercial da categoria. Segundo ele, os organizadores da corrida no Principado não pagam tanto quanto as provas da expansão oriental da categoria, realizadas em locais sem tradição como Cingapura, China e Malásia, em circuitos sem alma – e sem pontos de ultrapassagem – projetados pelo alemão Hermann Tilke. Em termos esportivos e econômicos, esta mudança seria um tiro no pé para a categoria.
A análise de Bernie é surpreendente e até simplória para um homem de negócios com tamanha visão comercial. Se Mônaco não paga o suficiente, vamos acabar com a corrida e colocar uma que pague mais. Só que Monte Carlo é, disparada, a cidade que mais rende retorno comercial aos patrocinadores das equipes e da Fórmula 1. Se você fosse uma empresa com negócios na categoria, para onde você levaria um investidor? Kuala Lumpur, Xangai ou Monte Carlo? A resposta é óbvia. Todo o glamour do Principado aproxima as equipes e a F-1 do romantismo deixado no passado e isto rende grandes dividendos a todos os envolvidos no negócio.
Esportivamente, o circuito de Mônaco já não rende mais boas corridas, a não ser quando chove ou após entradas do safety car. Só que Monte Carlo é um “mal” necessário à categoria, que precisa deste glamour da corrida. Só que, apesar da ameaça, tudo isto parece ser mais uma tentativa de intimidação de Ecclestone. Como as equipes já disseram que não vão aceitar um calendário com mais de 20 corridas, total que deverá ser atingido em 2012 com a entrada da Índia e dos Estados Unidos, o dirigente precisa de espaço para colocar a Rússia e outros interessados. Só que a F-1 não precisa de mais monótonos “Tilkódromos” no calendário.
A expansão comercial da Fórmula 1 está criando problemas para a categoria. Vários locais tradicionais, como a França, e autódromos clássicos, como Imola, estão fora do calendário. Isto tudo causa o afastamento do principal público alvo do automobilismo: o cidadão europeu. A maior parte da receita gerada por produtos de merchandising das equipes vêm do velho continente. As altas quantias cobradas por Ecclestone afastam sedes antigas e causam ojeriza nos fãs. O pior é que ninguém parece enxergar isso na F-1. A sanha financeira do dirigente inglês continua a ser satisfeita, mas o abalo no público precisa ser revertido urgentemente.
E como se não bastassem estes problemas, Ecclestone ainda está em rota de colisão com as equipes. Ele quer proibir que os times exibam as marcas de seus patrocinadores nos boxes, para privilegiar os que sua empresa arruma para as corridas. Isto talvez seja o maior erro do dirigente desde sua chegada à Fórmula 1. Impedir que os times exibam as logomarcas de seus parceiros os asfixiará financeiramente e poderá provocar uma debandada da categoria. Para que anunciar sem mostrar a marca?
Os caprichos de Ecclestone parecem, pela primeira vez, terem chegado a um nível exagerado. A saída de Mônaco e esta absurda proibição das equipes exibirem as marcas de seus patrocinadores nos boxes são os maiores erros de sua gestão comercial na categoria. O dirigente teve o mérito de tornar a Fórmula 1 o que ela é hoje em termos de importância no esporte e de crescimento econômico. Mas ele não pode jogar tudo isso fora em decisões completamente equivocadas. A F-1 não pode mais errar.
Fonte: http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/2010/07/20/formula-1-sem-monaco/
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