domingo, 18 de outubro de 2009

Ferrari tem laboratório de monitoramento de combustível dentro dos boxes nos GPs

Ferrari tem laboratório de monitoramento de combustível dentro dos boxes nos GPs
Dois cientistas e um responsável técnico analisam até 30 amostras de gasolina por corrida para evitar mudanças na fórmula aprovada pela FIA
Tiago Mendonça e Rafael Lopes São Paulo

Ker Robertson/Divulgação
A equipe que controla o laboratório de combustível da Ferrari dentro de Interlagos
Na parte de trás dos boxes, à direita das três salas especiais reservadas para Kimi Raikkonen, Giancarlo Fisichella e Stefano Domenicalli, dois cientistas e um responsável técnico dividem um laboratório da Ferrari. Ali, são testadas as amostras de combustível e óleo do carro, colhidas ao longo do fim de semana. Uma estrutura levada para todas as corridas, para evitar que eventuais alterações prejudiquem o desempenho, provoquem quebras ou até mesmo desclassificações. - A FIA tem regras muito claras com relação ao combustível e se o nosso estiver em desacordo com elas haverá a desclassificação da Ferrari. Dentro do nosso laboratório, controlamos as impurezas, que podem vir até do tanque de combustível, com um equipamento que levamos para todas as corridas da Fórmula 1. Em apenas um fim de semana, colhemos e testamos cerca de 30 amostras - explica o cientista Gareth Lowe, um dos integrantes do trio liderado por Ian Albiston.

Os equipamentos trazidos ao Brasil são os mesmos utilizados na Europa. A estrutura ganhou importância principalmente depois da proibição dos treinos particulares na Fórmula 1. Com um laboratório móvel, a equipe pode desenvolver seus combustíveis e lubrificantes durante o fim de semana de corrida, além de impedir eventuais deslizes nas exigências químicas feitas pela FIA, que faz uma espécie de "antidoping" com o combustível: passa nas equipes de surpresa para pegar amostras.

No total, a Ferrari já tem à disposição um total de 11 mil amostras de combustíveis e lubrificantes, número que cresce a cada GP. A participação dos pilotos é fundamental neste processo de avaliação, mas não é direta. Ian Albiston afirma que o trabalho de desenvolvimento e controle envolve toda a equipe, dos mecânicos aos engenheiros, que são os primeiros a receber as análises de quem está ao volante do carro. Algo que Michael Schumacher fazia com perfeição, contam os cientistas da Ferrari.

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- Com as novas regras, como limite de motores neste ano e proibição do reabastecimento para 2010, os pilotos estão preocupados com a questão do combustível e do lubrificante. O mais interessado com quem trabalhamos foi Michael Schumacher, mas até por ter sido companheiro de equipe dele, sinto a mesma dedicação por parte de Felipe Massa. Ele é muito profissional e sabe que há várias questões que envolvem um carro de corrida – conta Stuart Humm, que atua na área de marketing da Ferrari. Depois de todos os testes e avaliações, ainda não dá para dizer que combustível e lubrificante já estão totalmente prontos para ir para o carro, já que existem alguns cuidados diferenciados na Fórmula 1. Ao contrário dos carros de rua, o motor de Fórmula 1 não pode ser ligado com o óleo na temperatura normal. O lubrificante precisa ser pré-aquecido, um processo feito duas horas antes da corrida. A outra curiosidade está na rapidez da bomba de combustível. Um carro de Fórmula 1 recebe até doze litros de combustível por segundo. Um carro de rua é abastecido com apenas um litro a cada três segundos. O combustível da principal categoria do automobilismo mundial também passa por um controle de aquecimento, que não pode ultrapassar dez graus abaixo da temperatura ambiente. Processos que exigem o máximo de atenção dos demais integrantes da equipe para não fazer cair por terra todo o trabalho dos três membros do laboratório móvel da Ferrari.

Globo Esporte

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