
VENCER EM BARCELONA É SINAL DE FORÇA PARA VENCER O MUNDIAL
A Fórmula-1 tem tido corridas tão boas, com exceção da primeira no Bahrein, que, ao ver previsão de tempo fechado e possibilidade de chuva para este fim de semana em Barcelona, pensei na possibilidade de o GP da Espanha contrariar a regra e também apresentar boas disputas. Só mesmo chuva pode mudar a história das corridas previsíveis que acontecem neste circuito, pela simples razão de que todas as equipes – do mais alto engenheiro ao cozinheiro de cada uma delas – conhecem na palma da mão. Cada pequena ondulação do asfalto, inclinação de curva, ponto limite de freada, retomada de aceleração e, consequentemente, o comportamento do carro em cada situação, incluindo diferentes temperaturas, direção e velocidade do vento, tudo está registrado ali no computador. Nada surpreende.
Isso explica os resultados mais do que lógicos ano após ano. Os melhores carros sempre nas primeiras filas de largada e, se não há quebra ou acidente, também nas primeiras posições ao final da corrida. Para ser otimista, pode-se muito bem levantar a dúvida de qual é o melhor carro do momento, já que a F-1 teve uma parada de três semanas, tempo suficiente para as equipes prometerem a estréia de novos pacotes aerodinâmicos e até algumas cópias do tal duto que conduz o ar por dentro do cockpit até uma tomada sobre a cabeça do piloto e, daí, para o aerofólio traseiro duplo, sistema que tem feito a diferença nas retas em favor da McLaren.
Pelos desafios técnicos da pista, um carro ruim não tem a menor chance. Mas se o carro tem boas características, é aqui que se consegue tirar o máximo dele. Portanto, sempre a vitória é do melhor carro e, não por coincidência, há grande chance de o vencedor na pista espanhola se tornar o campeão ao final do ano desde que a equipe trabalhe direito para não se deixar superar por uma evolução maior de carros rivais. Em 19 anos de GP em Barcelona, apenas sete vezes o vencedor não ganhou o campeonato. Mas em quatro das sete, foi vice-campeão. Os sete que contrariaram a maioria são: Mansell em 1991 (vice de Senna), Damon Hill em 1994 (vice de Schumacher), o próprio Schumacher em 1996 (3º no campeonato), Mika Hakkinen em 2000 (vice de Schumacher), Kimi Raikkonen em 2005 (vice de Alonso), Felipe Massa em 2007 (4º no campeonato) e, de novo, Raikkonen em 2008 (4º no campeonato).
Vamos torcer pelo sucesso das novidades que as equipes trouxeram porque, de agora em diante, tem corrida a cada duas semanas (apenas uma no caso de Espanha e Mônaco) e o panorama não deve sofrer mudanças notáveis até setembro, quando termina a temporada européia, faltando ainda Cingapura, Japão, Coréia do Sul, Brasil e Abu Dhabi para o fim do Mundial. Fora isso, o que pode mesmo dar um ar diferente a uma corrida quase sempre previsível, é a chuva. Vim para Barcelona com essa expectativa pelo que vinha lendo nos últimos dias, mas cheguei aqui com sol. Mais frio que em outros anos, mas céu aberto. Se, para o bem da F-1, uma chuva poderia tornar a corrida menos previsível, para o bem de quem visita a agradável Barça apenas uma vez por ano, o bom mesmo é ver a cidade brilhar como sempre. Embora a previsão ainda fale de tempo fechado para o treino oficial de amanhã.
A Espanha vive um clima pré-Copa do Mundo com mais intensidade do que outras vezes. O espanhol tem razões para acreditar que, desta vez, o time deles tem bagagem técnica e experiência para fazer alguma coisa melhor quando chegar a hora da verdade. A Copa está no ar, como a gente sempre vê no Brasil. Mas o que vi de mais curioso vem da França, onde uma rede de lojas de eletrodomésticos, a Saturn, faz uma promoção inédita. Quem comprar um aparelho de televisão no mês de maio numa das lojas da rede, terá direito a um reembolso no valor da compra se a seleção francesa ganhar a Copa da África do Sul. Jogada de marketing arrojada, sem dúvida. Mas imagino que possa não dar certo se as coisas derem certo demais para o time francês
Reginaldo Leme
Foto: (Foto Miguel Costa Jr.)
A Fórmula-1 tem tido corridas tão boas, com exceção da primeira no Bahrein, que, ao ver previsão de tempo fechado e possibilidade de chuva para este fim de semana em Barcelona, pensei na possibilidade de o GP da Espanha contrariar a regra e também apresentar boas disputas. Só mesmo chuva pode mudar a história das corridas previsíveis que acontecem neste circuito, pela simples razão de que todas as equipes – do mais alto engenheiro ao cozinheiro de cada uma delas – conhecem na palma da mão. Cada pequena ondulação do asfalto, inclinação de curva, ponto limite de freada, retomada de aceleração e, consequentemente, o comportamento do carro em cada situação, incluindo diferentes temperaturas, direção e velocidade do vento, tudo está registrado ali no computador. Nada surpreende.
Isso explica os resultados mais do que lógicos ano após ano. Os melhores carros sempre nas primeiras filas de largada e, se não há quebra ou acidente, também nas primeiras posições ao final da corrida. Para ser otimista, pode-se muito bem levantar a dúvida de qual é o melhor carro do momento, já que a F-1 teve uma parada de três semanas, tempo suficiente para as equipes prometerem a estréia de novos pacotes aerodinâmicos e até algumas cópias do tal duto que conduz o ar por dentro do cockpit até uma tomada sobre a cabeça do piloto e, daí, para o aerofólio traseiro duplo, sistema que tem feito a diferença nas retas em favor da McLaren.
Pelos desafios técnicos da pista, um carro ruim não tem a menor chance. Mas se o carro tem boas características, é aqui que se consegue tirar o máximo dele. Portanto, sempre a vitória é do melhor carro e, não por coincidência, há grande chance de o vencedor na pista espanhola se tornar o campeão ao final do ano desde que a equipe trabalhe direito para não se deixar superar por uma evolução maior de carros rivais. Em 19 anos de GP em Barcelona, apenas sete vezes o vencedor não ganhou o campeonato. Mas em quatro das sete, foi vice-campeão. Os sete que contrariaram a maioria são: Mansell em 1991 (vice de Senna), Damon Hill em 1994 (vice de Schumacher), o próprio Schumacher em 1996 (3º no campeonato), Mika Hakkinen em 2000 (vice de Schumacher), Kimi Raikkonen em 2005 (vice de Alonso), Felipe Massa em 2007 (4º no campeonato) e, de novo, Raikkonen em 2008 (4º no campeonato).
Vamos torcer pelo sucesso das novidades que as equipes trouxeram porque, de agora em diante, tem corrida a cada duas semanas (apenas uma no caso de Espanha e Mônaco) e o panorama não deve sofrer mudanças notáveis até setembro, quando termina a temporada européia, faltando ainda Cingapura, Japão, Coréia do Sul, Brasil e Abu Dhabi para o fim do Mundial. Fora isso, o que pode mesmo dar um ar diferente a uma corrida quase sempre previsível, é a chuva. Vim para Barcelona com essa expectativa pelo que vinha lendo nos últimos dias, mas cheguei aqui com sol. Mais frio que em outros anos, mas céu aberto. Se, para o bem da F-1, uma chuva poderia tornar a corrida menos previsível, para o bem de quem visita a agradável Barça apenas uma vez por ano, o bom mesmo é ver a cidade brilhar como sempre. Embora a previsão ainda fale de tempo fechado para o treino oficial de amanhã.
A Espanha vive um clima pré-Copa do Mundo com mais intensidade do que outras vezes. O espanhol tem razões para acreditar que, desta vez, o time deles tem bagagem técnica e experiência para fazer alguma coisa melhor quando chegar a hora da verdade. A Copa está no ar, como a gente sempre vê no Brasil. Mas o que vi de mais curioso vem da França, onde uma rede de lojas de eletrodomésticos, a Saturn, faz uma promoção inédita. Quem comprar um aparelho de televisão no mês de maio numa das lojas da rede, terá direito a um reembolso no valor da compra se a seleção francesa ganhar a Copa da África do Sul. Jogada de marketing arrojada, sem dúvida. Mas imagino que possa não dar certo se as coisas derem certo demais para o time francês
Reginaldo Leme
Foto: (Foto Miguel Costa Jr.)
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